O que é Empatia?
- 3 de set. de 2020
- 3 min de leitura
Muito se fala em empatia, em cuidar do próximo e tudo mais, mas será que estamos, de fato, sendo empáticos?
Talvez uma visão, já importante e edificante, seria aquela propagada pelo evangelho cristão: só fazer com o outro o que gostaríamos que fizéssemos com nós mesmos. É de fato uma visão muito interessante e, com toda a certeza, se todos vivessem sob influência dessa máxima nosso mundo estaria muito diferente.
É fato que ninguém gostaria de ser roubado, ninguém gostaria de ser maltratado, ninguém gostaria de ser agredido, ninguém gostaria de ser julgado, e assim poderíamos seguir essa lista ao infinito. Praticar a máxima acima, sem sombra de dúvidas, resolveria a maioria dos nossos problemas.
Bom, mas enquanto o mundo não vive sob influência dessa máxima, não quer dizer que não possamos, por nós mesmos, buscadores do desenvolvimento pessoal (e coletivo), aprimorar ainda mais nossa empatia. Como fazer isso? Pense na seguinte situação básica, mas que pode se alastrar sob todos os campos, em maior ou menor grau (lembrem-se que sempre venho batendo na tecla do princípio da correspondência – como é em cima, é também embaixo): chegamos para cumprimentar um amigo e, como sempre, damos um pequeno tapinha nas costas, mas, dessa vez, ele está com as costas queimadas e lhe ocorre uma dor intensa.
Veja, nós gostaríamos de ser cumprimentados da forma como cumprimentamos nosso amigo, mas ele, nesse caso, não ficou muito feliz com nossa ação. Claro que se fôssemos julgar o ato, há de se levar em consideração o desconhecimento, etc, mas a questão é que nem sempre fazer ao outro o que gostaríamos que nos fosse feito vai levar nossa ação pro ambiente mais puro possível. Existe ainda outro ambiente que aprofunda mais na empatia.
Jacob Levy Moreno, criador do psicodrama, é autor da seguinte frase: “...Eu arrancarei os seus olhos e os colocarei no lugar dos meus. E tu arrancará os meus olhos e os colocará no lugar dos teus. Então eu te olharei com teus olhos e tu me olharás com os meus”. É uma forma extremamente interessante de se pensar: olhar o outro com os olhos dele. Mas, ainda assim, é inegável que olhar o outro pelos olhos dele implica em vestir, com teu corpo, os olhos do outro.
Arrisco dizer que, para darmos um passo a mais na empatia (e conheço pessoas extremamente empáticas), é necessário algo além do racional, algo intuitivo que seja capaz de, de fato, sentir o que aquela pessoa está sentindo naquele momento. Ou então premeditar qualquer possível sofrimento. Não se trata de “se colocar no lugar do outro”. Isso não basta, pois você não é o outro.

Muitas vezes, inadvertidamente, desqualificamos a dor do outro, os sentimentos do outro, a forma como ele sente e enxerga o mundo, simplesmente com base em como nos sentiríamos se aquilo acontecesse conosco. Mas não acontece conosco e não aconteceu. Empatia é também acreditar. Empatia é dar valor à sensação do outro e, por mais que pareça trivial e falso, acreditar que aquela pessoa se encontra de fato em sofrimento – ou alegria.
Sim, alegria! A empatia também detecta momentos felizes, não apenas sofridos, o que pode ser importante. Se temos empatia e percebemos que alguma pessoa se encontra em um estado de alegria, não existe motivo para acabar com essa alegria agora (a menos que seja um estado falso de alegria que na verdade esteja fazendo mal a ela). Empatia é ser o outro, por alguns segundos, e assim entende-lo.
Esqueça, racionalmente não é possível alcançar isso. Intuição, essa é a janela para a empatia da qual falo. A razão, como a conhecemos, é incapaz de conceber esse tipo de movimento. E, veja, a intuição não está distante de nós, ela bate ao lado, bate à porta a todo momento. Basta que soltemos, às vezes, um pouco as rédeas. Normalmente, ênfase em normalmente, as mulheres possuem mais facilidade em alcançar a intuição, dado à própria natureza da configuração da psique.
Portanto, sem delongar demais o texto, a empatia que buscamos agora, nesse momento, que pode nos ajudar a entender cada vez mais a humanidade, é, intuitivamente, ser o outro por alguns segundos. A vertente evangélica (relativo ao evangelho, não à religião) é muito interessante e com toda a certeza válida, mas chega um momento em que percebemos que nela ainda existe um Ego muito forte e poderoso, que dita que o que não deve ser feito ao outro, é o que ele não gostaria que fosse feito pra ele. É uma evolução? Tremenda! Mas quer conhecer um pedaço da leveza do divino? Seja o outro, mesmo que por alguns segundos.
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