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Em busca do tesouro

  • 10 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 18 de nov. de 2020

Em um tempo muito, muito distante, um jovem de 25 anos resolveu sair em uma extensa jornada em busca da sabedoria. O problema é que ele não sabia bem por onde começar, mas estava realmente decidido a ter um encontro com os mistérios do mundo.

Sem noção alguma de para onde seguir, foi até um ancião da vila, para quem perguntou qual era o esconderijo da sabedoria. Tal ancião, já com muitos anos de idade, não sabia exatamente como responderia o jovem, já que tinha dedicado toda sua vida em prol do trabalho na vila. Ele refletiu e chegou à conclusão que tinha experiência, não sabedoria.

No entanto se lembrou que certa vez encontrou, no deserto, em uma de suas viagens, um homem peculiar. Tal homem vivia com pouco, em uma caverna e lhe ensinou muitas coisas sobre política, sobre educação e sobre as cidades. Em dois dias o ancião aprendera mais com aquele homem do que com todos os seus professores.

Apesar disso, quando convidado para seguir juntamente com o ancião, rumo à vila, o homem se negou e disse que buscava aquilo que não pode ser encontrado. Após essa lembrança, mas sem ter certeza alguma de muita coisa, o ancião indicou ao jovem que buscasse a sabedoria no deserto, em uma pequena caverna.

Sem pensar duas vezes, sedento de encontrar o grande tesouro, o jovem seguiu rumo ao deserto. Foram aproximadamente sete dias de uma dolorosa e extensa caminhada, sem cruzar com nenhuma outra pessoa. Por sorte, encontrou dois Oasis onde pôde recarregar sua água e algumas cavernas onde pôde dormir.

Ao longe, o jovem, já exausto, avistou uma pequena vila, para onde resolveu seguir antes que se tornasse muito fraco para prosseguir sua busca. Lá procurou trabalho por alguns dias, para que pudesse reabastecer suas moedas, a fim de que não ficasse sem comida no futuro. Em um de seus trabalhos, como uma espécie de taberneiro, em uma ensolarada e vazia tarde, entrou um senhor.

Tal senhor, de aparência surrada, um grisalho já de idade avançada, lhe pediu uma taça da melhor bebida e, fitando o jovem, lhe perguntou o que ele buscava por aquelas terras. Inicialmente o jovem ficou surpreso, mas depois ficou claro que o senhor o havia reconhecido pelo emblema de sua vila que carregava em um anel. A resposta foi rápida: “busco um tesouro, a sabedoria”.

O senhor deu um gole na bebida, respirou fundo e perguntou como o jovem se sentiu ao cruzar o deserto. Não tão rapidamente quanto a resposta anterior, mas o jovem lhe respondeu que o cansaço se abatera sobre ele, que seus pés tremiam de tanto andar, que a areia daquele deserto inundava até hoje os seus sonhos e que o mar de areia parecia não ter mais fim. Disse ainda que a desesperança o pegou alguns dias e que pensou coisas terríveis, como a morte.

Um silêncio pairou sobre o ambiente. O senhor não mais olhava o jovem; seus olhos estavam perdidos no espaço. Repentinamente, virou a bebida, deixou algumas moedas e antes de partir disse algumas palavras, que foram mais ou menos assim: “A Sabedoria que procura é uma coisa tão grande, tão imensa, que não pôde caber em lugar algum, por isso tivemos nós de estar sobre ela. Apesar de estarmos sobre ela, não podemos vê-la, nem tocá-la. Devo te dizer, jovem rapaz, que sua busca está longe do fim, mas também muito próxima dele. Quando você estiver cansado, quando seu corpo não aguentar mais, quando você sentir que já não consegue mais buscar aquilo que procura, estarás na metade do caminho”.

Após seu discurso, o senhor deixou o estabelecimento. O jovem permaneceu estático, pois aquelas palavras estavam ainda a reverberar dentro dele. Minutos após digerir, de forma ou de outra aquelas palavras, o jovem tentou localizar o senhor, mas ele já havia se perdido em meio ao local.

CONTINUA terça que vem...

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